"Acabou nosso carnaval
Ninguém ouve cantar canções
Ninguém passa mais brincando feliz
E nos corações
Saudades e cinzas foi o que restou" (Vinícius de Moraes e Carlos Lyra)

Não se ouve mais falar daquele romantismo dos anos 70, e nem da alegria, e nem da elegância de uma época onde as pessoas, sabiam enxergar poesia(ainda).
Se tornou tão raro reparar em um beija flor batendo inúmeras vezes suas asas, procurando uma flor e finalmente a beijando profundamente, retirando dela seu alimento.
Carnaval, é hoje sinonimo de imoralidade, ignorando e fazendo entrar no esquecimento de muitos, e no desconhecimento dos jovens, o verdadeiro sentido do Carnaval alegria que se viu, um dia.
Anos de luta por uma independência, ou por uma democracia que visa resolver os problemas de uma nação, sem exclusão, sem mentiras, sem mais exploração ou roubo(porque uma vez já tiraram nosso ouro, mataram nossos homens) são facilmente ignorados por muitos políticos corrúptos, e milhares de cidadões brasileiros que já não acredita, por estarem cansados de tanta roubalheira ou desigualdade, em um futuro digno.
Onde estão os sonhos?
Hoje me dizem para ser pé no chão, pois o Brasil não tem conserto.
Para ser realista, pois as pessoas nos machucam.
Mas nunca essas pessoas pararam para pensar: e se eu quero alcançar o céu? Pra que ter os pés no chão?
Se eu quero viver em um poema, porque ser realista?

Partindo da idéia de que a vida é uma só, e curta. Porque deveria eu ser tão realista e ter o pé no chão se eu posso inventar uma poesia e vivê-la exatamante do jeito que eu escrevo? Se as regras da minha vida, são como as regras de um soneto?

O que custa à essas pessoas acreditar em um futuro onde os passarinhos possam viver em harmonia com os seres humanos, e os seres humanos com seres humanos? Do que os realistas tem medo? De não saber acompanhar a rima da poesia?

Desculpem-me, mas eu quero voar, e pra isso tenho que tirar os pés do chão!

Katiuscia Mizokami