Eu sentia medo, sentia insegurança e insatisfação.
Tudo isso junto, tudo misturado com minha descrença e esperança, com minha dor e minha alegria de estar viva. Tudo que eu queria sentir naquele momento era a felicidade extrema, como se minha vida estivesse tomando um rumo inacreditável, como se eu tivesse alcançado o ápice da minha carreira, aquela que eu ainda não havia começado.
O medo de criança quando não faz o dever de casa, me faz usar mentirinhas tão infantis para justificar minhas faltas e erros. Tudo isso vai virando uma bola de neve, mas que mal há? A neve é tão branca, tão linda!
E meu tempo passava, e eu me desesperava, não com o tempo em sí, mas com meu tempo, com o que eu fazia dele. E pelo que eu sentia, eu não fazia nada, como se algo estivesse me segurando os dois braços, me deixando inútil para se fazer qualquer coisa. E esse é um dos piores sentimentos. O de querer mudar, de querer se arriscar, mas não poder, pelo medo, medo de errar, medo de decepcionar, medo, medo, medo vai embora!
Vai me deixa em paz! Me deixa voar, pelo céu! Me deixa pular de um abismo sem medo, sem preocupação, não me segure mais, eu quero me arriscar! Quero arriscar tudo que eu tenho, tudo que eu não posso arriscar! Quero me perder e me encontrar. Quero Viver e quero Amar!
Quero! Deixa, deixa eu pular! Deixa eu querer me afogar.

Katiuscia Mizokami